quinta-feira, janeiro 30, 2014

Uma questão de consciência

Apenas uns breves comentários em relação a dois temas que têm sido discutidos ao longo das últimas semanas, um sobre a co-adopção e o outro sobre as praxes académicas.

a) A respeito deste último, e para começo de conversa, devo dizer que as praxes académicas nunca me seduziram, e, talvez por isso, nunca tenha sido “praxado” nem no liceu, nem na universidade. Se, no liceu tinha o “chapéu protector” do irmão mais velho, já na universidade tive que me virar sozinho. Como? Simplesmente faltando à primeira semana de aulas. Mais tarde assisti, porém, a algumas praxes, o que me reforçou ainda mais a ideia de que aquilo seria uma forma completamente “pateta” de fazer a integração de um aluno numa universidade. Por comparação ao sector empresarial, dizia-se há dias, e com razão, que, por essa ordem de ideias, qualquer processo de integração de um novo trabalhador numa empresa teria forçosamente que obedecer a este “ritual”.
É também por isso que os acontecimentos da praia do Meco vieram adensar ainda mais a minha desconfiança. Vêm depois as excepções, com a Universidade de Coimbra à cabeça a reclamar o estatuto de “cidade secular da praxe”, e onde os rituais académicos, por serem tão ancestrais, devem permanecer intocáveis. Este tema lembra-me um outro, o das touradas de morte, e as “excepções de Barrancos”, e depois outros e ainda outros… numa roda que nunca mais acaba.

b) Em relação ao referendo sobre a co-adopção, devo dizer que não fiquei particularmente satisfeito ao ver a Deputada social-democrata e fatimense, Carina João, a votar favoravelmente na Assembleia da República a proposta de referendo sobre esta temática, ainda que acompanhada de uma declaração de voto justificativa dessa sua tomada de posição.
Talvez valha a pena recordar que os deputados exercem livremente o seu mandato (nº 1 do artº 155º da Constituição da República Portuguesa), pelo que me choca tremendamente que os partidos políticos imponham aos seus deputados disciplina de voto em matérias do foro individual e da consciência de cada um, como o são aquelas que dizem respeito à co-adopção. E mais, choca-me ainda que os deputados sirvam apenas para desempenhar o papel de meras “correias de transmissão”. Encaro o papel de deputado como devendo obediência às grandes linhas do partido através do qual foram eleitos (como acontece, por exemplo, nas votações do orçamento), mas isso não pode obstaculizar a que os deputados pensem por si, pelas suas cabeças e com a sua consciência, em matérias de que a co-adoção é apenas um exemplo.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Regresso ao passado

Este Post é dedicado a todos aqueles que, tal como (por exemplo) o meu pai, se entregaram de corpo e alma à verdadeira Causa Pública, com o único objectivo de servir os interesses das populações e nunca servir-se da política (como o seu percurso de vida o demonstra) para proveito próprio ou de terceiros.
Nunca quis honrarias, nem medalhas, nem ruas, nem o que quer que fosse.
Foi e é um homem íntegro, de valores, um republicano, laico e socialista.
Tudo o que conquistou na vida foi graças ao seu esforço, algumas vezes até fruto de algum "sangue, suor e lágrimas".
Nem o facto de em 1974 ter sido escolhido para integrar a designada "Comissão Administrativa", que geriu os destinos da autarquia oureense entre 1974 até às primeiras eleições democráticas de 1976, fez dele um homem vaidoso ou arrogante, muito pelo contrário.
Outros há, porém, que dão o "cú e cinco tostões" para ter um décimo do seu protagonismo, certamente porque, nunca tendo valido nada na vida, ainda sobrevivem na esperança de que, intelectual e humanamente, ainda podem servir para alguma coisa.
Só se for para alimentar o próprio ego ou a sua mais que certa hipocrisia.
É que de gente velhaca, sacana e oportunista está o Inferno cheio.
Na foto em baixo, pode-se ver o "quinteto" que geriu a CMO a seguir ao 25 de Abril, sem pretensiosismos nem ambições desmedidas:
  • Presidente: Tenente-Coronel José dos Reis Rodrigues (Ourém);
  • Vogal: Abílio Gonçalves Figueiredo (Freixianda);
  • Vogal: Armando José Leitão Pereira (Ourém);
  • Vogal: Joaquim Marcelino Espada (Ourém); e
  • Joaquim dos Reis/Barreirinho (Fátima).

Foto: Jornal "Notícias de Ourém"

Excelências e discípulos

O texto que se segue foi publicado na Edição de 24 de Janeiro de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.


"Coluna do Meio
Excelências e discípulos
Mais uma vez as “Redes Sociais” são o palco privilegiado para algumas excelências da nossa praça difundirem prolixas dissertações sobre aquilo que não sabem, fingem ou simplesmente não querem saber. A este propósito, escrevia-se esta semana no Facebook algo parecido com isto: “Também no Facebook se revela o nível de proximidade às populações que as forças políticas têm. O PSD Ourém, e também o seu presidente Luís Albuquerque, continuam com regularidade a fazer publicações, a dar conta da actividade, a partilhar informações do interesse de todos e, acima de tudo, a manter informada a população. Outras forças políticas, como por exemplo o MOVE e Vítor Frazão, deixaram de ter actividade aqui neste espaço [leia-se Facebook] em 30 de Setembro de 2013. Afinal, usar o Facebook apenas para fins eleitorais é mais ou menos a mesma coisa que alcatroar um metro de estrada apenas para obter votos. A política deve fazer-se na proximidade do povo sempre de forma continuada. Com os novos tempos e com as novas tecnologias, também aqui neste espaço amplo que é o Facebook é preciso marcar presença […]”. Por seu lado, o líder do PSD Ourém apressou-se logo a comentar aquela prolixa dissertação nos seguintes termos: “Grande verdade! Mas, não se deve estranhar, pois os protagonistas já nos habituaram a este tipo de atitudes! Só é pena que alguns ainda continuem a acreditar nessa gente!” (sic).
Ora, ambos os textos apontam as suas nefastas baterias para os do costume, ou seja, para o MOVE e para Vítor Frazão, fazendo crer que este Movimento Independente de Cidadãos Livres e Democráticos se encontra adormecido e está-se nas tintas para o Povo do concelho de Ourém. É algo a que já nos habituaram, e dou por mim neste momento a perguntar-me: mas, afinal por que carga de água continuam estas excelências a arremessar pedras a homens mortos? A explicação é simples e cabe numa única palavra: ressabiamento.
Na verdade, vossas ilustres excelências é que, pelos vistos, têm andado adormecidas e apáticas, senão teriam reparado que o MOVE costuma ter uma presença assídua e construtiva nas reuniões da Câmara Municipal (onde tem um representante), nas reuniões da Assembleia Municipal (onde tem dois representantes), em três Assembleias de Freguesia (onde existem cinco elementos), ou ainda no Conselho Municipal de Juventude (dois elementos) e Conselho Municipal de Educação (um elemento). Para além disso, o celebérrimo Gabinete 2.6 da CMO constitui igualmente um espaço aberto a todos os munícipes, ao qual todos poderão livremente aceder para expor os seus problemas e anseios. Isto, para já não falar na imprensa local que tem dado (felizmente) relevo às actividades desenvolvidas pelo MOVE e seus representantes, como sejam os Jornais “Notícias de Ourém” e “Notícias de Fátima”, ou ainda esta singela “Coluna do Meio”, a qual, salvo a falta de modéstia, tem, não raras vezes, dado nota do que o MOVE vai produzindo em termos de propostas e actividade autárquica. Então, perante isto, vossas excelências ainda pensam que o MOVE está adormecido? Só quem não anda atento é que não vê e, como se usa dizer, o pior cego é aquele que não quer ver. Ou será que os caríssimos são como o outro, não lêem jornais e raramente têm dúvidas?
Acerca deste triste episódio, que se vem juntar a tantos outros, resta-me dizer que o “líder” do PSD Ourém não foi honesto ao não se ter apressado a vir a público corrigir o seu discípulo e repor a verdade, o que demonstra, uma vez mais, o seu ressabiamento, e que para chegar a líder, na terminologia de Peter Drucker ou Ram Charan, ainda tem de ler muito e calcorrear muito caminho. Aliás, a expressão “Só é pena que alguns ainda continuem a acreditar nessa gente” é bem reveladora do desprezo que revela pelos seus adversários e do modo apoucado e tacanho com que encara a política".

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Caminho do reconhecimento

O texto que se segue foi publicado na Edição de 17 de Janeiro de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.

"Coluna do Meio
Caminho do reconhecimento
O “Reino do Futebol” tem destas coisas: ora nos faz chorar, ora nos faz rir. Enquanto que, na semana passada, chorávamos a morte de Eusébio, já esta semana ríamos de satisfação com a atribuição da Bola de Ouro a Cristiano Ronaldo. São os extremos da vida levados ao rubro, numa demonstração de que este mundo galáctico do futebol, à semelhança de outros mundos, é feito de dor e tristeza, mas também de alegria e reconhecimento.
Reconhecimento é coisa que todos também podemos ter em relação à forma genuína e responsável com que o MOVE continua paulatinamente a trilhar o seu caminho, consciente das dificuldades, é certo, mas focado igualmente em encontrar as melhores soluções para os problemas dos munícipes oureenses, sejam eles de que natureza for. Veja-se, a título de exemplo, no domínio da “cultura ambiental”, a recomendação apresentada por Vítor Frazão numa das últimas reuniões da câmara municipal, intitulada “Acções de Sensibilização sobre Reflorestação e Arborização”, nos termos da qual a Câmara de Ourém, por intermédio da empresa “Ourémviva”, deverá estabelecer um plano municipal que tenha em vista não só o desenvolvimento do mundo rural e a orientação para intervenções naqueles domínios, como ainda a realização de acções de sensibilização em todas as juntas de freguesia do concelho, com destaque para as que foram mais fustigadas pelos incêndios.
Por outro lado, a proposta do presidente da Câmara Municipal de Ourém sobre a construção do Pavilhão Gimnodesportivo do Olival chocou de frente com a indignação de algumas "hostes laranjas", que logo vieram a terreiro apelidá-la de despesista, acusando o executivo camarário de não ter visão, de não saber distinguir as prioridades, de andar a desbaratar os dinheiros públicos e de usar artimanhas nos números que envolvem o financiamento e a construção do dito pavilhão. Não obstante, e como é do conhecimento público, esta proposta foi apresentada e analisada na reunião de Câmara do passado dia 7 de Janeiro, em relação à qual o vereador independente do MOVE, Vítor Frazão, votou a favor, não sem antes apresentar uma Declaração de Voto, de cujo conteúdo extraio as duas afirmações seguintes: 1. “Efectivamente, o PSD em 16-12-2008 incluiu a construção do pavilhão desportivo da Vila do Olival na lista de obras a candidatar no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio - QREN. Não me desresponsabilizo das decisões tomadas ao tempo, em face desta ou outras obras programadas, sejam em que freguesia for, nem me desresponsabilizarei agora na qualidade de Vereador Independente do MOVE - Movimento Ourém Vivo e Empreendedor, estando sempre ao lado das populações”; 2. “O montante de 1.477.395,00 Euros vem destinado, exclusivamente, repito, exclusivamente, para a construção deste e só deste pavilhão, não podendo aplicar-se noutro fim! Se não aproveitarmos agora esta verba para o concelho de Ourém, algum outro município virá a beneficiar dela”.
Na senda de uma política inovadora e de excelência, e não numa lógica de prometer tudo e ao mesmo tempo o seu contrário, posso dizer-vos ainda que os momentos, especialmente os de alegria e reconhecimento como os que temos vivido nos últimos dias graças ao futebol, justificam uma referência final a dois votos de reconhecimento aprovados por unanimidade na Câmara Municipal de Ourém, ambos tendo como proponente Vítor Frazão: um sobre os 75 anos do “Notícias de Ourém”, cuja data foi assinalada com o lançamento do livro “A Alma dum Povo”, da autoria do Dr. José Poças das Neves e apresentação do Dr. Sérgio Ribeiro; e o outro sobre o lançamento do livro “Cancro com Humor”, cuja autora – a jovem oureense Marine Antunes – viveu e venceu, também ela própria, esta terrível doença".

terça-feira, janeiro 14, 2014

O valor da esperança

O texto que se segue foi publicado na Edição de 10 de Janeiro de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.

"Coluna do Meio
O valor da esperança
Portugal acordou no passado dia cinco de Janeiro em alvoroço com a notícia da morte prematura de Eusébio da Silva Ferreira, a que se seguiu a consternação generalizada entre os portugueses. Setenta e um anos não é uma idade avançada, embora também não seja propriamente a “flor da idade” ou a “ternura dos quarenta”. E, conhecendo-se os problemas de saúde que o “Rei do Futebol”, o nosso “Pantera Negra”, vinha sofrendo há já algum tempo, que o levaram, aliás, várias vezes ao hospital com prognósticos muito complicados e reservados, a conjugação destes factores foi, enfim, fatal para aquele que é considerado o melhor jogador português da sua geração e de todos os tempos, e, por isso, uma referência e um símbolo nacional.
Num tempo em que desesperamos por encontrar referências e símbolos nacionais, onde rareiam líderes carismáticos e timoneiros aguerridos, conscientes e visionários, eis que surge agora um novo “mito” para marcar a simbologia da nossa história. Eusébio não era um mero ex-futebolista do Sport Lisboa e Benfica e da Selecção Nacional, era um jogador de Portugal e do mundo.
Nem a propósito, quer o Presidente da República, quer o Primeiro-Ministro, apressaram-se a vir a público demonstrar o seu pesar e enaltecer esta grande figura do desporto e do futebol. Afinal, parece que os nossos governantes ainda sabem reconhecer a humildade e a honestidade que caracterizaram este homem em vida, que partiu de Moçambique atrás do sonho de jogar num grande clube de futebol, nunca perdendo a simplicidade das suas origens, nem a forma natural de encarar o relacionamento com os outros ou a garra que emprestava quando entrava num campo de futebol. Ficará indelevelmente marcada na nossa memória a memorável exibição de Eusébio nos Quartos-de- Final do Mundial de 1966, em Inglaterra, marcando quatro dos cincos golos no jogo contra a Coreia do Norte, que mudou o resultado e deu a vitória a Portugal. Oxalá este mesmo Portugal, enquanto país, continue doravante a viver no presente e no futuro muitas vitórias como esta, que muito nos enobrecem.
A morte e o funeral de Eusébio traz-me também à memória a lembrança de outros momentos recentes e marcantes da história do nosso país, tão díspares, como sejam o Euro 2004 ou a morte de Amália Rodrigues e José Saramago. Em todos estes acontecimentos, quer sejam eles eventos desportivos e culturais ou exéquias fúnebres, existe um denominador comum que merece destaque e é da maior importância: é a capacidade intrínseca que o povo português tem de se solidarizar com uma causa, de reconhecer o talento dos seus ícones ou artistas (do Eusébio, da Amália e de tantos outros), ou de, “pura e simplesmente”, apoiar as cores da bandeira nacional. O Povo Português é um povo certamente destemido, mas que acredita igualmente em valores e em causas. De resto, a nossa história ilustra-o bem, e faz jus à sua historicidade e bravura.
A solidariedade que o povo português prestou, no passado dia de Reis, ao “Rei Eusébio”, é apenas mais uma demonstração do orgulho nacional e do carinho que todos sentimos pelo “Pantera Negra”. Mas, prova também que, colectivamente, reconhecemo-lo como um líder carismático, competente, mas humilde, e que, ironicamente, se tornou grande através da sua própria simplicidade. Quaisquer que sejam as causas, contanto que razoáveis e justas, somos um povo que sabe reconhecer o valor dos nossos símbolos, somos patriotas e damos as mãos por aqueles que ainda nos fazem ter esperança".

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Querem o pavilhão ou não?

A proposta do presidente da Câmara Municipal de Ourém sobre a construção do Pavilhão Gimnodesportivo do Olival chocou de frente com a indignação de algumas "hostes laranjas", que logo vieram a terreiro apelidá-la de despesista, acusando o executivo camarário de não ter visão, de não saber distinguir as prioridades, de andar a desbaratar os dinheiros públicos e de usar artimanhas nos números que envolvem o financiamento e a construção do dito pavilhão.
Como é do conhecimento público, esta proposta foi apresentada e analisada na reunião de Câmara da passada terça-feira, dia 7, em relação à qual o vereador independente do MOVE, Vítor Frazão, votou a favor, não sem antes apresentar uma Declaração de Voto, de cujo conteúdo extraio as seguintes afirmações:
[...] Efectivamente, o PSD em 16-12-2008 incluiu a construção do pavilhão desportivo da Vila do Olival na lista de obras a candidatar no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio - QREN. Não me desresponsabilizo das decisões tomadas ao tempo, em face desta ou outras obras programadas, sejam em que freguesia for, nem me desresponsabilizarei agora na qualidade de Vereador Independente do MOVE - Movimento Ourém Vivo e Empreendedor, estando sempre ao lado das populações [...];
[...] O montante de 1.477.395,00 Euros vem destinado, exclusivamente, repito, exclusivamente, para a construção deste e só deste pavilhão, não podendo aplicar-se noutro fim! Se não aproveitarmos agora esta verba de 1.477.395,00 Euros para o concelho de Ourém, algum outro município virá a beneficiar dela [...].
À pergunta colocada em cima da mesa pelo Presidente da Câmara, "Os Senhores vereadores querem que se aproveite a oportunidade e se construa o Pavilhão ou não?", eu respondo redireccionando a pergunta directamente aos olivalenses: afinal, querem o pavilhão ou não?

domingo, janeiro 05, 2014

Ourém em revista

O texto que se segue foi publicado na Edição de 3 de Janeiro de 2014 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.

"Coluna do Meio
Ourém em revista
Mais um ano que termina e outro que começa. Todos os anos é o mesmo frenesim de sempre: elegem-se as personalidades do ano, os momentos mais marcantes da vida política, desportiva, económica ou cultural, ensaiam-se explicações para o que correu mal e formulam-se desejos e expectativas para o futuro.
Em termos locais e políticos, e olhando em retrospectiva o ano de 2013, assistimos ao aparecimento do Movimento Ourém Vivo e Empreendedor, um movimento de cidadãos que, sem a chancela dos partidos, apresentou um projecto político alternativo aos cidadãos oureenses nas últimas eleições, que lhe valeu granjear 11% da simpatia e confiança do eleitorado do nosso concelho. Tenho para mim que, mais do que as organizações em si, sejam elas movimentos de cidadãos ou partidos políticos, o que conta são as pessoas e as ideias ou projectos que apresentam e que esperam vir a concretizar. Sem esta visão de futuro, integrada com a realidade e tendo como objectivo a satisfação das necessidades das pessoas, jamais um projecto político poderá vingar.
O ano de 2013 em revista trouxe-nos ainda o lado prático da política, desde logo a assinatura do Compromisso de Governabilidade entre o MOVE e o PS, mas também, por exemplo, a eleição para a mesa da Assembleia Municipal, os acordos celebrados nas Juntas de Freguesia de Nª Sª da Piedade e Caxarias e a disponibilização de meios técnicos e humanos aos vereadores para a prossecução do seu trabalho autárquico.
Ourém em revista pode ser também um olhar sobre aquilo que, nos últimos dois meses, tem sido o trabalho desenvolvido na Câmara pelo vereador independente Vítor Frazão, cuja abrangência implica não só a aprovação do Orçamento para 2014 e Grandes Opções do Plano para 2014-2018, como também a proposta apresentada no sentido de não se aplicar em 2014 um aumento de 0,8% nos valores da Tabela Geral de Taxas e Outras Receitas Municipais, proposta esta que foi aprovada por unanimidade, mantendo-se assim os valores praticados em 2013, ou a aprovação dos Relatórios de Gestão e Contratos para 2014 referentes à empresa Ourémviva, ou ainda o Voto de Reconhecimento público pelo 10º Aniversário da Ourearte, cuja proposta foi também aprovada por unanimidade, o que demonstra mais uma vez que o que importa é mais a qualidade e a oportunidade das propostas, e não tanto a origem e a autoria de quem as apresenta.
O curto balanço de 2013 que me é dado aqui fazer, não podia, contudo, deixar de me permitir registar o agrado que é ver a forma como os eleitos do MOVE estão a desempenhar as suas novas funções autárquicas, onde eu, sem falsas modéstias, naturalmente me incluo, e para cuja visão de futuro, integrada com a realidade, todos queremos caminhar e ajudar a construir.
Por ora, resta-me desejar aos estimados leitores, aos munícipes da freguesia de Nª Sª da Piedade e a todos os oureenses um Feliz Ano de 2014, agraciado com muita Paz e Saúde e que seja, apesar de todas as dificuldades que ainda se antevêem, um ano repleto de sucessos pessoais e profissionais".

Ourém não pode parar

O texto que se segue foi publicado na Edição de 27 de Dezembro de 2013 do Jornal Notícias de Ourém, o qual constitui a sequência de textos que irão sendo ali publicados e aqui transcritos na íntegra.


"Coluna do Meio
Ourém não pode parar
Já em plena época natalícia, dou-vos hoje nota de algumas decisões, intervenções e participações que pude realizar no âmbito da actividade desenvolvida pelo executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, a primeira das quais diz respeito à aprovação do Orçamento e Plano de Actividades para o próximo ano económico de 2014. Em reunião ordinária do executivo de 6 de Novembro último, decidi votar a favor daqueles dois documentos por cinco ordens de razões fundamentais: 1º Por considerar que se tratava da aprovação do primeiro Orçamento / Plano de Actividades do presente mandato; 2º Por entender que se deve preconizar uma relação institucional amistosa baseada na confiança e na governabilidade da Junta; 3º Pelo facto de as verbas transferidas do Orçamento Geral do Estado para as autarquias locais (no caso para as freguesias) serem cada vez menores; 4º Porque é imperioso respeitar os compromissos já assumidos para 2014, salvaguardar as obras em curso e apoiar as instituições e associações da freguesia; e 5º Por ser possível fazer acertos no próximo ano.
Entretanto, já na reunião pública de 4 de Dezembro, tive oportunidade de apresentar um conjunto de quatro propostas, que já vinham aliás na senda das promessas que fiz em período eleitoral, e que têm a ver com aspectos organizativos e funcionais da própria Junta, mas também com a prevenção e a saúde dos nossos munícipes. Proposta 1: disponibilizar atempadamente a todos os membros da Junta uma cópia da ordem de trabalhos da reunião que se irá realizar; Proposta 2: a Junta promover a realização de rastreios com uma periodicidade, no mínimo, semestral e adequados à sazonalidade; Proposta 3: colocar as “novas tecnologias” ao serviço das pessoas, como seja o melhoramento do site da Junta na Internet ou a criação de uma Newsletter electrónica; Proposta 4: o executivo passar a realizar reuniões quinzenais.
Por outro lado, permitam-me que refira também aqui a minha participação, na semana passada, no lançamento do Livro “Alma dum Povo”, da autoria do Dr. Poças das Neves, um evento promovido pelo Jornal Notícias de Ourém, e que contou com a apresentação do Dr. Sérgio Ribeiro. Participação ainda no Concerto de Natal da AMBO, que decorreu no Pavilhão da Escola Secundária de Ourém, e que proporcionou a todos quantos ali se deslocaram um grande espectáculo de música, dança e também teatro. Foram dois momentos distintos de ensino e cultura, mas ambos reveladores da memória colectiva e da identidade histórico-cultural do povo da nossa freguesia e do nosso concelho. Já esta semana, tive também oportunidade de participar, juntamente com o 2º Secretário da Mesa da Assembleia de Freguesia, no Colóquio levado a cabo pela CCDR-LVT, sob o lema “Temas essenciais para governar as freguesias”, um debate frutuoso sobre governação, atribuições, competências e funcionamento das freguesias, sobre procedimentos administrativos e licenciamentos, e sobre finanças e contabilidade. São temas indispensáveis para quem quer perceber melhor o novo quadro jurídico introduzido pela Lei 75/2013, as diferenças entre o antigo e o novo regime e as novas competências das freguesias.
Dito isto, e porque Ourém não pode parar, resta-me acrescentar que este trigésimo texto da “Coluna do Meio” tem a feliz coincidência de ser publicado numa época de que eu gosto particularmente, numa altura em que se vive o Natal e as famílias se juntam para o celebrar. Importante, por isso, deixar aqui expressos os meus sinceros votos de um Feliz e Santo Natal para todos".

Eusébio da Silva Ferreira

1942-2014

O país acordou hoje em alvoroço com a notícia da morte prematura de Eusébio.
Setenta e um anos não é propriamente uma idade avançada, mas que não é a "flor da idade", isso convenhamos que também não é. E conhecem-se os problemas de saúde que o "Rei do Futebol", o "Pantera Negra", vinha sofrendo há já algum tempo, que o levaram várias vezes ao hospital com prognósticos muito complicados. A conjugação destes dois factores, foi, enfim, fatal para aquele que é considerado o melhor jogador português de todos os tempos, uma referência e um símbolo nacional.
Num tempo em que desesperamos por encontrar referências e símbolos nacionais, onde rareiam líderes carismáticos e timoneiros aguerridos, conscientes e visionários, eis que surge agora um novo "mito" para marcar a simbologia da nossa história. Eusébio não era um mero ex-futebolista do Sport Lisboa e Benfica e da Selecção Nacional, era um jogador de Portugal. Nem a propósito, quer o Presidente da República, quer o Primeiro-Ministro, apressaram-se a vir a público demonstrar o seu pesar e enaltecer esta grande figura do "Desporto Rei". Afinal, parece que os nossos governantes ainda sabem reconhecer a humildade e a honestidade que caracterizaram este homem, que partiu de Moçambique para realizar o sonho de jogar num grande clube de Futebol, nunca perdendo a simplicidade das suas origens, nem a forma natural de encarar o relacionamento com os outros ou a garra que emprestava quando entrava num campo de futebol. Ficará indelevelmente marcada na nossa memória a memorável exibição de Eusébio nos Quartos de Final do Mundial de 1966, em Inglaterra, marcando quatro dos cinco golos no jogo com a Coreia do Norte, que mudou o resultado e deu a vitória a Portugal.
Oxalá Portugal, enquanto país, continue a viver no presente e no futuro muitas vitórias como esta que enobrece o nosso passado.
Que o Eusébio descanse em Paz.
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